quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Até amanhã
Ah, a outra boa notícia é que consertaram o meu chuveiro!
Pronto, agora sim o TEIA começou!
"Cultura é tudo o que está além do que temos a comer e a beber"
O Cacique Raoni, também condecorado
A Ordem do Mérito Cultural foi o primeiro evento. Como eu já disse, 43 artistas, mortos ou vivos, que desempenharam ou desempenham algum papel relevante na Cultura brasileira, foram condecorados com a Ordem. Desde a banda Cabaçal, do sertão cearense, formada há 100 anos; até o Cao Hamburguer, diretor do Programa Rá-tim-bum; passando pelo Nós do Morro, o Clube do CHORO de Brasília; o estilista Ronaldo Fraga; a Escola de Artes e Circo Picolino; o Cacique Raoni; e outros tantos que eu vou colocar depois em outra postagem, com a lista completa.
Isso só para citar os vivos, porque em memória teve homenagem para Glauber Rocha (e sua própria mãe foi receber), Tom Jobim, Luiz Gonzaga, Cartola.
Depois, foi passada a palavra para o Ministro da Cultura, Gilberto Gil, que apresentou o Programa mais recente do MinC, o Mais Cultura. "Há um mês, apresentamos esse Programa que pretende envolver diversos Ministérios, os governos municipais, a sociedade civil, empresas privadas e públicas, para dar mais acesso à cultura para os brasileiros", contou Gil.
E defendeu a cultura como uma das prioridades da cesta básica de todos nós. "Cultura para saciar as necessidades humanas e espirituais. Cultura é tudo aquilo que nos resta além do que temos a comer e a beber. É tudo o que processamos e produzimos para além do ar que respiramos", poetisou.
O Ministro Gil entregando a Ordem para o antropólogo e militante do movimento gay Luiz Mott
Então, falou do investimento previsto para a Cultura nos próximos dois anos. "O Governo Federal investirá 4,7 bilhões em ações culturais. Pretendemos estabelecer parcerias com todos os Ministérios possíveis: saúde, educação, meio ambiente, ciência e tecnologia, esporte e lazer. Até com o Ministério da Justiça". O que quer Gil? Resultados. "Modestos, que sejam, mas reconhecidos pelo povo brasileiro."
A entrega da Ordem do Mérito Cultural desse ano teve como tema "Arquiteturas, cidade e território" e entregou uma condecoração ao arquiteto Oscar Niemeyer, que completou 100 anos em 2007. "Resolvemos homenagear Niemeyer porque ele nos fez encontrar no Ocidente um lugar diferenciado e totalmente brasileiro. Ele é a idéia viva de que os equipamentos culturais devem ser marcos no território", completou Gil.
O Ministro também defendeu que a Cultura não deve estar nas mãos de poucos privilegiados, mas deve ser reconhecida o tempo todo. "É algo a ser colocado em praça pública. Não deve acontecer apenas quando movimentos de proporções gigantescas são erguidos, mas quando pequenos movimentos são reerguidos. Quando, por exemplo, entramos em um restaurante para comer um tutu de feijão", se referiu a um típico prato da culinária mineira.
Kanuá Kamayurá recebendo sua condecoração
Por fim, ressaltou o trabalho desenvolvido pelo índio Kanuá Kamayurá, também ganhador da Ordem. "Nesse mundo que terá de se reinventar para salvar o seu meio ambiente, Kanuá nos mostrou toda a sua inteligência ambiental. Ensinamentos que a Universidade deve às comunidades indígenas. Espero que você veja nessa condecoração o reconhecimento de um saber maior que não pode ser expropriado como vem sendo."
Mãe, eu vi o presidente!
Gente importante
As cerimônias, uma seguida da outra, ocorreram no Grande Teatro do Palácio das Artes, bem ao lado do Parque Municipal.
Logo na entrada do Palácio, uma enorme quantidade de pessoas, veículos de TV e policiais anunciava que o evento seria importante, com a presença de pessoas não menos importantes. Além dos 43 condecorados, estariam ali também o prefeito Fernando Pimentel, o Secretário da Cultura Juca Ferreira, o Secretário de Programas e Projetos Especiais Célio Roberto Turino, o Ministro de Relações Institucionais Walfrido dos Mares Guia, o Ministro do Desenvolvimento Social e do Combate à fome Patrus Ananias, o Ministro da Cultura Gilberto Gil e o presidente da República Luís Inácio Lula da Silva.
Vem aí, os semifinalistas do Cultura Viva!
No encontro, além de se conhecerem, eles participarão de uma formação desenvolvida pela equipe do Prêmio.
Os semifinalistas do Cultura Viva vêm de todas as partes do Brasil e começaram a chegar hoje cedo, no Aeroporto Internacional Tancredo Neves. Ficarão em grupos distribuídos em três hotéis do centro da cidade, bem próximos a todos os locais onde ocorrerão os eventos do TEIA. Todos receberão a programação do evento, publicações do Cenpec, uma camiseta do Cultura Viva, uma camiseta do TEIA e o convite da aula-espetáculo de Ariano Suassuna, amanhã, às 9h.
Eu também já ganhei meu convite! Oba!
Vistas de hotel
Já essa é a vista do quarto de parte da equipe do Prêmio Cultura Viva, em outro hotel. As árvores, o coreto e o lago dos barcos fazem parte do Parque Municipal de Belo Horizonte, bem no centro de BH.
Feira Mineira de Economia Solidária
e essa pintura em madeira:
Ainda não sei de qual Ponto de Cultura são, porque ainda não havia os nomes, nem ninguém para dar informação. Amanhã descubro e conto tudo para vocês.
E sobre o hotel...
Reclamei na recepção e achei engraçado quando o atendente me disse que chamaria o bombeiro para arrumar urgentemente. Então me lembrei que em Belo Horizonte e no Rio de Janeiro, quem faz consertos na parte hidráulica é chamado de bombeiro. Em São Paulo é encanador mesmo.
Outras curiosidades: aqui, assim como no Rio novamente, o cobrador de ônibus é trocador. E o semáforo é sinal. Lombada é quebra molas.
E enfim, o TEIA 2007
Acordei cedo e fui andando até a Serraria Souza Pinto, onde o credenciamento começaria às 9h da manhã. Quando cheguei lá, bem antes do horário indicado, dezenas de jovens trabalhavam na montagem do material que seria distribuído para quem fosse participar do evento.
Esperei meia hora e vi mais gente chegando, então fui perguntar para uma das jovens responsáveis pelo credenciamento se ali também seriam entregues as credenciais para a imprensa. "Sim, mas só a partir do meio dia. Atrasamos um pouco".
Sem muito o que fazer na Serraria, atravessei a rua e fui ao Parque Municipal de Belo Horizonte, também um dos espaços do TEIA. Eu já tinha ido por lá e ele continua limpo, com flores por todos os lugares e senhores e senhoras caminhando, algumas pessoas se exercitando e casaizinhos namorando. Tudo no gerúndio mesmo. Só o Lago dos Barcos, no meio do parque, não me pareceu limpo, mas quem aqui já viu um lago de parque com água limpa?
O Palco em Obras que, apesar do nome, já está pronto para o show de hoje a noite
Depois, foi a vez de dar uma chegada na Praça da Estação, onde foi montado um palco para shows de grandes nomes da música popular brasileira, que serão acompanhados por alguns Pontos de Cultura.
Fiquei andando no centro, procurando uma loja para comprar um cabo que serviria para tirar as fotos da minha máquina, mas, visto que os novos textos daqui do blog estão sem nenhuma foto, não consegui. Tirei bastante foto, de todos esses lugares que citei, inclusive de Belo Horizonte vista do avião, mas ainda estão presas na minha máquina fotográfica. Pretendo, até de tarde, ilustrar tudo o que disse.
Agora vou voltar a andar. Até mais tarde!
O papel e a prática
Em Belo Horizonte, 23h
Aconteceu com Pampulha o que aconteceu com Congonhas, em São Paulo. Superlotação, tráfego aéreo (quem diria que um dia falaríamos de trânsito congestionado no céu?) e só não chegou ao caos total porque os vôos foram transferidos para Confins, como é conhecido o aeroporto internacional. Ele tem capacidade para atender cinco milhões de passageiros por ano, mas quando o conheci pela primeira vez só alcançava os 400 mil.
Agora tudo mudou. O estacionamento estava lotado e nos corredores um vai-e-vem de turistas e mineiros que entram e saem da cidade. E, apesar de longe, os investimentos na infra-estrutura apontam todos para o lado do aeroporto. "Meu sócio comprou um terreno de 1000 m² há muitos anos perto de Confins por 35 mil. Agora já ofereceram para ele 100 mil", contou um amigo meu, enquanto tentava achar seu carro.