domingo, 11 de novembro de 2007

O Auto do Boi de Reis imortalizado

Antes de morrer, o Mestre Manoel Marinho, do bairro de Felipe Camarão, deixou um cd gravado com 18 músicas sobre o Auto do Boi de Reis, uma das manifestações culturais da comunidade Portiguar.

Para ouvir a música "Na chegada desta casa", clique aqui.

A Mulher e o cooperativismo

É só dar uma passada de olho na Feira Mineira de Economia Solidária para ver que a mulherada é maioria nos stands. Mesmo assim, segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), a participação das mulheres nesse tipo de geração de renda ainda é tímida, apesar de aumentar cada vez mais.

Dos 5,7 milhões de cooperados no Brasil, 25% é feminino. Algumas cooperativas mantém núcleos de mulheres, como a Cooplana (Cooperativa dos Plantadores de Cana da Zona de Guariba/SP), outras já são formadas exlusivamente por mães, ex donas-de-casa, chefes de família, como a Coopermulher.

Esses números da OCB são de uma pesquisa realizada em 2005, por isso, olhando para a Feira Mineira, eu acho que eles estão desatualizados.

Simplicidade e arte




Tereza Cristina, Eliane de Freitas e Maria Moreira exibem seus produtos no mesmo stand da Feira Mineira de Economia Solidária, mas cada uma delas vende algo diferente. Tereza produz panos de pratos, roupas, artesanatos em biscuit, aquela massinha que serve para modelar tudo o que a imaginação permitir. Já Maria faz tapetes e Eliane, vestidinhos para crianças, um mais bonito do que o outro.

Todas são mineiras, mães e artesãs. Pertencem a cooperativas e são chefes de família ou ajudam na renda familiar. Tereza integra a cooperativa Mulheres Mãos Amigas, de Contagem, Minas Gerais. Eliane é da Socups e Maria da Grupeci, ambas de Belo Horizonte.

Tereza era voluntária em uma escola e fazia oficina de artesanatos. Gostou, aprendeu e passou a ensinar a arte para 15 mulheres, que também estão na cooperativa. Eliane já fazia vestidinhos e foi chamada para instruir 9 mulheres de vários bairros da capital de Minas. Maria, freqüentava as reuniões do bolsa-família e foi apresentada ao trabalho comunitário.

"O bolsa-família quer uma independência financeira das pessoas que recebem a ajuda do governo, por isso incentiva que se montem cooperativas", explica Tereza, que também é agente de desenvolvimento local. Ela, mãe de duas filhas gêmeas de 10 anos, é responsável por manter a família com o dinheiro que ganha do artesanato e do trabalho como agente.

Já Eliane é casada e tem três filhos. Dois já saíram de casa e ela sustenta só um, o de 16 anos, junto com a renda do marido. E Maria, também casada tem duas filhas. Nenhuma delas se conhecia e passaram a ser amigas naquele stand colorido.