O Cacique Raoni, também condecorado
A Ordem do Mérito Cultural foi o primeiro evento. Como eu já disse, 43 artistas, mortos ou vivos, que desempenharam ou desempenham algum papel relevante na Cultura brasileira, foram condecorados com a Ordem. Desde a banda Cabaçal, do sertão cearense, formada há 100 anos; até o Cao Hamburguer, diretor do Programa Rá-tim-bum; passando pelo Nós do Morro, o Clube do CHORO de Brasília; o estilista Ronaldo Fraga; a Escola de Artes e Circo Picolino; o Cacique Raoni; e outros tantos que eu vou colocar depois em outra postagem, com a lista completa.
Isso só para citar os vivos, porque em memória teve homenagem para Glauber Rocha (e sua própria mãe foi receber), Tom Jobim, Luiz Gonzaga, Cartola.
Depois, foi passada a palavra para o Ministro da Cultura, Gilberto Gil, que apresentou o Programa mais recente do MinC, o Mais Cultura. "Há um mês, apresentamos esse Programa que pretende envolver diversos Ministérios, os governos municipais, a sociedade civil, empresas privadas e públicas, para dar mais acesso à cultura para os brasileiros", contou Gil.
E defendeu a cultura como uma das prioridades da cesta básica de todos nós. "Cultura para saciar as necessidades humanas e espirituais. Cultura é tudo aquilo que nos resta além do que temos a comer e a beber. É tudo o que processamos e produzimos para além do ar que respiramos", poetisou.
O Ministro Gil entregando a Ordem para o antropólogo e militante do movimento gay Luiz Mott
Então, falou do investimento previsto para a Cultura nos próximos dois anos. "O Governo Federal investirá 4,7 bilhões em ações culturais. Pretendemos estabelecer parcerias com todos os Ministérios possíveis: saúde, educação, meio ambiente, ciência e tecnologia, esporte e lazer. Até com o Ministério da Justiça". O que quer Gil? Resultados. "Modestos, que sejam, mas reconhecidos pelo povo brasileiro."
A entrega da Ordem do Mérito Cultural desse ano teve como tema "Arquiteturas, cidade e território" e entregou uma condecoração ao arquiteto Oscar Niemeyer, que completou 100 anos em 2007. "Resolvemos homenagear Niemeyer porque ele nos fez encontrar no Ocidente um lugar diferenciado e totalmente brasileiro. Ele é a idéia viva de que os equipamentos culturais devem ser marcos no território", completou Gil.
O Ministro também defendeu que a Cultura não deve estar nas mãos de poucos privilegiados, mas deve ser reconhecida o tempo todo. "É algo a ser colocado em praça pública. Não deve acontecer apenas quando movimentos de proporções gigantescas são erguidos, mas quando pequenos movimentos são reerguidos. Quando, por exemplo, entramos em um restaurante para comer um tutu de feijão", se referiu a um típico prato da culinária mineira.
Kanuá Kamayurá recebendo sua condecoração
Por fim, ressaltou o trabalho desenvolvido pelo índio Kanuá Kamayurá, também ganhador da Ordem. "Nesse mundo que terá de se reinventar para salvar o seu meio ambiente, Kanuá nos mostrou toda a sua inteligência ambiental. Ensinamentos que a Universidade deve às comunidades indígenas. Espero que você veja nessa condecoração o reconhecimento de um saber maior que não pode ser expropriado como vem sendo."
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