quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Pronto, agora sim o TEIA começou!

Augusto Boal, pai do Teatro do Oprimido


Em seguida a entrega da OMC, foi a vez do evento de abertura do TEIA, também com as presenças de todos os ministros, secretários, deputados, prefeito e presidente. E quem passou a palavra para cada um deles discursar foi o Griô, do Grãos de Luz e Griô, lá da Bahia.


A ONG já foi vencedora do Prêmio Itaú-Unicef, na edição de 2003. Griô é um contador de histórias que percorre pequenos vilarejos da Bahia levando Cultura, cantoria e alegria para todos. E foi o que ele e seus amigos fizeram novamente naquele teatro lotado.


Para cada um que ganhava a palavra, havia uma música e uma apresentação da pessoa, em cordel. E o primeiro a falar foi o Célio Roberto Turino, que descreveu o que é um Ponto de Cultura: "é a simplicidade, um ponto de convergência, um ponto de paz. Uma incubadora de iniciativas sociais."


Depois, olhou para a platéia e escolheu um Ponto de Cultura para falar sobre o trabalho. O escolhido foi a Acartes, ou melhor a Academia de Ciências e Artes, um espaço conquistado na favela do Pirambu, em Fortaleza. A instituição era representada na platéia pelo Damasceno, cujo sobrenome eu não sei, porque Roberto Turino só o chamava pelo primeiro nome, como um velho amigo.


"A primeira vez que fui em Pirambu para conhecer a Acartes, eles funcionavam em uma casinha amarela, minúscula", conta. Mesmo em um espaço limitado, já aconteciam diversas ações. "Meses depois eles se tornaram um Ponto de Cultura e receberam um investimento pequeno do Ministério. Quando voltei lá, o Damasceno já tinha aumentado o espaço. Depois, com a segunda parcela depositada, eles construíram mais um andar e fizeram um estúdio audiovisual."


Recentemente, Turino voltou a Pirambu e viu mais um andar na casa e, em cima desse novo espaço, um mirante. "Fizeram um mirante para ver o mar e eu nunca tinha visto o mar lá de Pirambu. É isso que queremos com os Pontos de Cultura. Ganhar o mar, o oceano, o horizonte."


Depois de Turino, falou Augusto Boal, o pai do Teatro do Oprimido. Sempre contudente, o discurso mereceu ser todo gravado ao invés de anotado, só que, por problemas de conexão, eu não consigo transferir o vídeo para o blog. Prometo colocar toda a falar de Boal assim que chegar em São Paulo, mas o teatrólogo falou, principalmente, sobre a importância da valorização da cultura nacional.


Em seguida, veio o Prefeito Fernando Pimentel, feliz com a possibilidade de realizar o evento em Belo Horizonte. "O Teia simboliza e expressa toda a democracia do nosso País". E ressaltou a importância de se ocupar os espaços públicos, como o evento fará nos próximos dias também. "Sejam bem-vindos a Belo Horizonte. Aqui é a casa de todos, a casa do Brasil."


O Gil foi ao microfone de novo para ressaltar a importância do TEIA. E então, Lula fez uso da palavra. Mais um bate-papo do que um discurso, como está acostumado, o presidente contou até piada, mas disse, sobretudo, o fato do TEIA dar a possibilidade para o Brasil conhecer o Brasil. "O que a gente quer é um povo culturamente mais exigente, mais brigador. Que não valorize a cultura estrangeira, em detrimento da sua própria".


Diante da platéia, assumiu o compromisso de lutar pela legalização das rádios comunitárias e amansar as punições e as prisões para quem é pego fazendo rádio sem estar legalizado.


"Muita gente nesse país nunca respeitou esse país. Se vende a idéia de que nós somos inferiores e tem gente que compra a idéia. Vocês, Pontos de Cultura, são necessários. Não são vocês que precisam do governo. O governo pode abrir esse espaços. Somos nós que precisamos de vocês. É o estado brasileiro que precisa de vocês."


Eu gravei muitos trechos da fala do Lula e também prometo, depois de editar, colocá-los por aqui.


2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Lelê, tô doida pra ver os vídeos...rs. Olha, é preciso fazer uma correção aí no texto: A iniciativa Grãos de luz e griô não foi vencedora do Prêmio Cultura Viva no ano passado. Na verdade, ela nem participou. Ela é um Ponto de Cultura, uma das ações do Programa Cultura Viva, do MinC.

O ministério da Cultura também tem uma outra ação, dentro do Programa Cultura Viva, chamada Griô, cf. texto do MinC "a ação Griô consiste em estimular a tradição oral nas comunidades, realizada por “contadores de estórias”, sujeitos que adquiriram conhecimentos de antepassados e os repassam contando estórias, os chamados griôs (“abrasileiramento” da palavra francesa griot, usada por jovens africanos que foram estudar em universidades francesas e que se preocupavam com a preservação de seus contadores de histórias, que carregam consigo a tradição oral)". Veja mais em:(http://www.cultura.gov.br/programas_e_acoes/cultura_viva/programa_cultura_viva/grios/).

Beijão!

Glaucy.

Leonor Macedo disse...

Corrigi, queridona! Obrigada.